10/11/2009




    Depois que um filme passa pelo processo de dublagem, as vozes de personagens de séries, filmes ou desenhos tornam-se suas marcas registradas. O mérito, sem dúvida, é do dublador. No caso do Brasil, a dublagem é considerada como uma das melhores do mundo, graças à qualidade dos profissionais. "Acredito que nosso bom nível de dubladores começou desde a época do rádio. Os atores já exercitavam a voz antes de trabalhar a própria imagem", avalia Sandra Azevedo.

    Um dos grandes dubladores brasileiros, o ator Borges de Barros, que fazia o distinto mendigo do humorístico A Praça é Nossa, emprestou sua voz ao Dr. Smith, da série Perdidos no Espaço e chegou até a ser elogiado pelo ator norte-americano Jonathan Harris, que viveu o personagem na produção original. O mesmo aconteceu com a atriz Helena Samara, que além de ter participado da série, também eternizou sua voz dublando Vilma, do desenho The Flintstones, e a bruxa Endora, da série Feiticeira.

    Vindo também da Praça, onde vive o personagem Cornélio, o humorista José Santa Cruz foi quem compôs a voz de Dino da Silva Sauro, o pai da Família Dinossauro, anunciando o famoso bordão: "Querida, cheguei!". Eleu Salvador, outro ícone da dublagem brasileira, emprestou sua voz à trilogia de De Volta para o Futuro, dublando o cientista vivido por Christopher Loyd, com a experiência adquirida na dublagem dos desenhos do Pica-Pau.

    E falando em desenhos, você sabia que a voz do Cebolinha, da Turma da Mônica, pertence a uma mulher? É de Angélica Santos, também da Álamo. Outra curiosidade: Lima Duarte, que atualmente está na telinha como o empresário Nikos, de Uga-Uga, também deixou sua voz registrada em clássicos infantis, dublando o esperto Manda-Chuva.

    Não só nos desenhos, como também em filmes, os dubladores também conseguem deixar suas marcas registradas. É o caso de Newton da Matta, do estúdio carioca Herbert Richers, que desde os tempos em que a Globo exibia o seriado A Gata e o Rato é o único dublador que interpreta a voz do ator Bruce Willis.

 Fonte: ESTADÃO, 25 de junho de 2000


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